segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Documento: Vida e obra de Leonel de Moura Brizola

Documento: Vida e obra de Leonel de Moura Brizola

Escola Agrícola de Viamão (RS)
Brizola nasceu em 22 de janeiro de 1922, numa casa rústica de madeira construída pelo próprio pai na localidade de Cruzinha, hoje pertencente ao município de Carazinho, no Rio Grande do Sul. Filho do tropeiro José Brizola e de Dona Oniva de Moura, foi o caçula dos cinco filhos – quatro homens e uma mulher. Ainda criança, pouco mais de um ano, perdeu o pai assassinado por uma coluna governista quando este retornava para casa ao final da Revolução de 23, onde lutara ao lado dos maragatos contra a autocracia de Borges de Medeiros. Coube à mãe Oniva a educação dos cinco filhos, todos alfabetizados por ela. A situação de pobreza tornou-se ainda mais grave depois da família perder em juízo a posse das terras e da casa. Oniva casou-se com João Gregório Estery, um colono vizinho, também viúvo e com mais seis filhos; e todos se mudaram para o povoado de São Bento.

O menino Leonel deixou a casa da mãe depois do casamento da irmã mais velha, Francisca, acompanhando-a para Passo Fundo. Ali, matriculou-se na escola primária e passou a ajudar o cunhado no açougue, entregando carne aos fregueses. Aos 10 anos, Leonel foi levado por um amigo da família para Carazinho, onde passaria a morar num sótão de hotel a fim de trabalhar e continuar os estudos. A luta pela sobrevivência levou-o a exercer as mais diversas atividades: lavou pratos em troca de casa e comida, foi engraxate, vendedor de jornais e carregador de malas até conseguir um emprego numa serraria, onde marcava tábuas.

A primeira casa razoavelmente confortável que conheceu foi a do pastor metodista Isidoro Pereira e de sua mulher Elvira que, sensibilizados com o esforço do menino, decidiram abrigá-lo. Deram-lhe um quarto, roupas e o matricularam no colégio da Igreja Metodista. Brizola adotou essa religião, converteu a mãe e vários colegas. Quando tinha 14 anos, após conseguir do prefeito de Carazinho uma passagem de 2a. classe e uma carta de recomendação para o diretor da Escola Agrícola, ele se transferiu, para Porto Alegre para estudar. Mais uma vez teve que trabalhar duro, primeiro como trocador de moedas, depois como ascensorista, enquanto aguardava ingresso na Escola Agrícola de Viamão, uma espera que durou vários meses. Ao lhe pedirem a certidão de nascimento, para a matrícula, descobriu que ainda não era registrado.

Brizola morou no próprio prédio da escola durante todo o curso e, depois de obter o diploma de técnico rural, aos 17 anos, foi novamente obrigado a procurar trabalho, empregando-se como operário auxiliar de montagem numa refinaria. Depois de completar 18 anos, fez um concurso para fiscal de moinhos do Ministério da Agricultura. Foi aprovado, mas pouco tempo depois pediu demissão para voltar a Porto Alegre, onde foi trabalhar como jardineiro da Prefeitura. Só então, pode cursar o ginásio e o colegial, estudando a noite na maior escola pública do Rio Grande do Sul, o Colégio Júlio de Castilhos.

Brizola prestou serviço militar na Base Aérea de Canoas e conseguiu depois se formar piloto privado. Entre a carreira na Varig e o curso de Engenharia, optou pelo segundo.

Extraído de:  http://www.pdt-rj.org.br/paginaindividual.asp?id=112

Nenhum comentário:

Postar um comentário

IV CONSINTER